sexta-feira, dezembro 28, 2007

OS MOINHOS

Já minha alma os desenganos chora
dos sonhos que nunca deixou de sonhar,
como moinhos, lembra sonhos de outrora
guardados no cofre do triste caminhar.

De tanto navegar neste mar de dor,
sinto que a saudade mora em mim
e revivo tudo com tristeza e amor,
carregando minha cruz até ao fim.

Olhando as paredes dos velhos moinhos,
como meus sonhos jazem despedaçados,
minhas mágoas afogo vazias de carinhos
no lago do mundo cheio de abandonados.

Pálpebras cerradas e da tristeza cativas,
relembro com voz grave e emudecida
as mós que nos moinhos giraram perdidas,
semeando a farinha como pérolas de vida.

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