segunda-feira, setembro 19, 2005

RUMOS DESENCONTRADOS


Que boca a minha boca beijou,
que corpo minhas mãos tocaram,
que mágoa no teu coração se alojou
que sem brilho teus olhos ficaram!

Que paixão nos uniu e morreu,
que lança nosso amor matou,
que muro entre nós se ergueu
que para sempre nossas almas separou!

Que cruz carregámos toda a vida
que aos ombros transportámos vergados,
que caminho ou rota desconhecida
que nos arrastou para rumos errados!

Que encontraremos no final da estrada
Que percorremos até à morte certa,
que haverá para lá desta caminhada
que nos conduzirá a parte incerta!


domingo, setembro 11, 2005

CHORO DAS ROSAS

Quando o sol nasce, alivia o choro das rosas e renasce a alegria...


Fecham-se na noite fria
rosas imaculadas e singelas,
perdem no murcho a alegria
mas não deixam de ser belas.

O orvalho do nocturno relento
orvalhadas deixa as flores
que afagadas pelo suave vento
cintilam com variegadas cores.

Poisa o luar na noite estrelada
sobre o jardim de flores mimosas,
seu brilho expande até à alvorada
e aviva o choro das lindas rosas.

Amanhece o dia em cantante aurora
e nos cerros desponta o sol a brilhar,
acorda a Natureza campos fora
e as rosas animam e param de chorar.



________
In Rotas da Vida



segunda-feira, setembro 05, 2005

Hirta no quadro da tela sem expressão ou sorriso...



RETRATO


Hirta no quadro da tela
Sem expressão ou sorriso
Estampa-se figura singela
Qual Eva no paraíso!...

Mostra um olhar de tristeza
E falta-lhe voz e alegria
Ao painel de beleza
E ao conjunto lindo de cores
Com reflexos de nostalgia,
Mas, com bonitas flores
O retrato da menina!...

Diluído em sombra e luz
Oculto por ténue neblina
Parece a vida sonhar
Com encanto que seduz
A figura pequenina,
Mas, sem alegria no olhar
O retrato da menina!...
In Imagens


I